ETAPA 5 - A Circulação da Imagem
Por fim, pensar na circulação da imagem é muito importante para entender sua importância como um “discurso” sobre o passado. Isso pode clarear muitas coisas.
O quadro de John Everett Millais, pode ser encontrado na Internet, se procurado pelo seu nome original, Pizarro Seizing the Inca of Peru, em vários sites sempre como ilustração, nas seguintes situações: ou exemplificando a obra do autor, ou ilustrando a Batalha de Cajamarca (1532) e o processo de colonização da atual região do Peru, este segundo caso muito mais frequente. Ainda assim, o quadro tem pouca circularidade, se comparada, por exemplo, a obra mais famosa de Millais, Ophelia[1], que foi criada já na Irmandade Pré-Rafaelita, fundada por Millais, William Holman Hunt (1827-1910) e Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), diferente do quadro da análise, que foi uma das primeiras obras do pintor.
Chamou a atenção, portanto, o quadro ser capa de uma edição do livro de, William Hickling Prescott, History of the Conquest of Peru.[2]
No Brasil, a circulação da imagem é ainda mais limitada. Tudo o que encontramos foi uma reprodução em pequena escala, sem cores e cortada, no livro História (destinado a alunos do Ensino Médio) do autor Divalte Garcia Figueira, ladeada por uma pequena legenda contendo informações sobre a obra e o evento retratado[3].
[1] Ophelia (1851-2) John Everett Millais. Óleo sobre tela. 76.2 cm × 111.8 cm. Tate Britain, London. Disponível em: . Acesso em: 25 mai. 2010.
[2] PRESCOTT, William Hickling. History of the Conquest of Peru: With a Preliminary View of the Civilization of the Incas. Edição não encontrada. Disponível em: . Acesso em: 25 mai. 2010.
[3] FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. Volume único. São Paulo: Ática, 2005, p.141